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Foto do escritorMarta Rangel

A todas as mães

A todas as mães que sentem que têm de ser super-mulheres. Não têm. A todas as mães que se sentem incapazes por não conseguirem fazer tudo sozinhas. Não são. A todas as mães que se sentem culpadas por precisarem de tempo para elas. Não sintam. A todas as mães que têm saudades da vida ou da pessoa que eram antes de serem mães. É natural - e não amam menos os vossos filhos por isso.



“Querer ser uma mãe presente numa sociedade desligada é exaustivo. Não, o problema não é o bebé. Não há nada de errado nos bebés quererem colo. Não, o problema não és tu. Provavelmente, estás a fazer o melhor que podes. Sentires-te esgotada, sem forças, derrotada, desanimada é normal, tendo em conta o peso que carregas nos teus ombros. Estes sentimentos - e a dor profunda que, muitas vezes, existe por detrás - servem para lembrar que nunca deverias ter de fazer tudo isto sozinha.

Os bebés querem colo. E nós queremos dar-lhes colo. Amamentação prolongada ou em exclusivo, cama compartilhada, babywearing - tudo são práticas ancestrais e intuitivas que permitiram a continuidade da espécie humana. Ser uma mãe presente é ser mãe. Ponto final.

Mas nunca esta foi uma tarefa tão solitária. Houve sempre outras mãos para ajudar: tios, tias, irmãs, avós, vizinhos… Havia sempre mais um par de braços, mais uma mão amiga, que ajudava a criar, a continuar a espécie, a construir a Humanidade. Em conjunto.

Mas agora és só tu. Em pé, sozinha na cozinha, a fazer a sopa, ao mesmo tempo que embalas o bebé, atendes o telefone, acabas o trabalho que trouxeste para casa, pões roupa a lavar, arrumas a casa…

Por mais capaz que sejas, mãe, não consegues substituir uma aldeia inteira. A aldeia que antes ajudava a criar a criança. Por isso, não, não estás a fazer nada de errado. Só estás a tentar manter-te ligada num mundo cada vez mais dividido.”

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inspirado em @spiritysol


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