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  • Foto do escritorMarta Rangel

Adeus, 2020! Adeus, Covid!

Quem me conhece sabe que não sou de esticar o dedo do meio a ninguém. Aliás, em jeito de brincadeira, com os amigos, quando me estão a "arreliar" até costumo esticar o dedo mindinho e dizer algo do género: "Não estico o outro porque sou uma pessoa bem-educada" :)

Mas a verdade é que há uma parte de mim que tem muita vontade de mandar este ano para um sítio feio. Não é o ano em si, obviamente. Há sempre coisas boas (já lá vamos!). Mas é, sobretudo, esticar o dedo do meio à Covid. Pelas pessoas que vitimou, por todos os que adoeceram (e ainda adoecem), por tudo o que nos tirou e ainda tira (os beijinhos, os abraços, os afectos, o convívio, a vida social, o trabalho, a estabilidade, etc, etc) e, a um nível mais pessoal, pelo susto que me pregou, à minha família e amigos. Não vou sentir falta nenhuma deste "bicho", mas, vendo pelo lado positivo (há sempre um!), também nos trouxe coisas boas. Acredito que, para quem estava desperto para isso, foi - e ainda é - um grande momento de reflexão: sobre as pessoas que nos são mais queridas e a falta que fazem na nossa vida; sobre os afectos e a necessidade do toque físico, a que a maior parte de nós está tão habituada; sobre o isolamento imposto, a solidão e a certeza (minha, pelo menos) de que ninguém vive para estar completamente sozinho porque todos precisamos uns dos outros... Neste momento difícil, neste ano difícil, nesta pandemia, também houve coisas que me encheram de esperança: nas pessoas e na vida. O ambiente, de uma maneira geral, melhorou consideravelmente com níveis de poluição mais baixos e vários animais a regressarem aos seus habitats. Geraram-se inúmeras ondas de solidariedade - algumas profissionais, outras na vizinhança, nos bairros de cada um, nos pequenos gestos do dia-a-dia. A ciência progrediu a um ritmo nunca antes visto para produzir as vacinas em tempo recorde. Adaptámo-nos ao teletrabalho e demos um salto de gigante em algo que, de outra forma, poderíamos demorar anos a alcançar. Tivemos a oportunidade de nos voltarmos mais para dentro, de estarmos mais atentos às emoções, à saúde emocional e psicológica, a tudo o que mora no coração.

A um nível mais pessoal, também para mim foi um ano de inúmeras aprendizagens e conquistas. Foi o ano em que tomei uma consciência - ainda maior - de que não controlamos rigorosamente nada nesta vida. E foi o ano em que a vida mais me surpreendeu: pela positiva e pela negativa. Deste ano, quero guardar muitas coisas boas - a família, os amigos, as pessoas de sempre e as que entraram para ficar, os poucos momentos de férias e de vida social (que, por serem poucos, ainda valorizamos mais), os momentos em que me voltei para dentro e me conheci melhor... Deste ano, quero guardar a melhor lembrança de todas: foi em 2020 que engravidei. Sem esperar, sem planear, numa fase da vida em que - por vários motivos - já tinha perdido a esperança, já me tinha resignado ao que a vida tivesse para me oferecer, quando fosse o momento. Afinal, o momento estava guardado para mim. E a vida é muito sábia.

Feliz Ano Novo cheio de saúde, amor e tudo o que vos faça felizes! <3

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