Alguém passa por nós, na rua, e sentimos um aroma, um perfume que nos atinge em cheio. Lembra-nos alguém. Aquele alguém. E somos imediatamente transportados para aquela memória, com aquela pessoa, naquele lugar. É como se víssemos, ouvíssemos e sentíssemos tudo outra vez. Às vezes, uma memória doce. Outras uma recordação amarga. Ou, simplesmente, algo que já foi, já passou e a nossa memória guardou. Por algum motivo. Ou sem razão aparente.
Os sentidos são activados e sentimos com eles. Talvez não fosse para sentir. Há um estímulo e uma reacção. Que não controlamos. E, às vezes, ainda bem. De que serve tentar controlar o que não é controlável? Alguma coisa é? Então, deixemo-nos levar. Pelos sentidos. Com ou sem sentido. Desde que nos faça sentir.
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