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Foto do escritorMarta Rangel

Dia do Pai, da Mãe, dos Nossos

É um lugar-comum dizer que todos os dias deveriam ser dia do pai. Ou da mãe. Dos filhos. Da criança. Dos irmãos. Da mulher. Do homem. Dos amigos. É um lugar ainda mais comum dizer que o tempo passa veloz. Ou talvez passe à velocidade dos nossos pensamentos. Quando somos crianças, ansiamos “ser grandes” para fazer o mesmo que os adultos fazem. Quando crescemos, começamos a perceber que os miúdos já não somos nós. Os miúdos tiveram filhos, os pais viraram avós e os avós... quantos já partiram? Queremos que o tempo corra e, mesmo quando deixamos de querer, somos nós que corremos. Porque há rotinas, obrigações - a vida a acontecer. E quantas vezes despachamos um telefonema do pai ou da mãe porque temos um trabalho para acabar, os miúdos para alimentar ou vamos a correr para qualquer lugar? Quantas vezes fazemos uma visita fugaz, como quem pica o ponto e apazigua a consciência de quem esteve lá, quase sem estar? Quantas vezes sentimos falta do colo, do ombro do pai e da mãe e nos sentimos demasiado adultos para o pedir, para os procurar? Quantas vezes deixámos de dizer que gostamos dos nossos, que são importantes para nós? Às vezes, custa verbalizar. Custa pedir um abraço, um carinho, um aconchego. E porquê? Porque não aprendemos a dizer? Não nos disseram quando éramos crianças? Porque achamos que não é preciso dizer? Porque nos convencemos que eles sabem? Por orgulho? Por medo da reacção? Agora a sério. Muito a sério: e se morrêssemos amanhã? O que íamos recordar nos últimos minutos? Em quem íamos pensar? No trabalho, nas obrigações, nos compromissos? Quem nos ama incondicionalmente, mesmo nos dias em que as diferenças são maiores do que as parecenças? Quem nos dá a mão, mesmo quando não correspondemos às expectativas? Quem deseja o melhor para nós, mesmo quando não merecemos? Às vezes, basta pedir. Dizer. Sim, custa um bocadinho. Mas compensa milhões. Vão lá dizer aos vossos que gostam deles. Não se arrependem, prometo.

"Por mais que cresça, às vezes, uma rapariga só precisa do pai"
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