Mãe solteira, mãe guerreira, mãe coragem. Não gosto destas expressões. Sinto que têm uma conotação negativa - como se fossem umas “coitadinhas”. Mãe é mãe. Não importa o estado civil. Quando um casal se divorcia ou separa, passamos a chamar mãe divorciada e pai divorciado? Ou mãe separada e pai separado? Ou pelo contrário, dizemos mãe junta e pai junto? Ou mãe casada e pai casado? Até soa de forma ridícula, não é? Pois. Então porquê diferenciar uns de outros?
Perguntam-me, muitas vezes, nas redes sociais, se sou mãe solteira. E a resposta que importa dar é: nesta história, existe uma mãe, um pai, avós maternos, avós paternos, tios e primos dos dois lados, amigos de um lado, do outro e em comum. E, acima de tudo, existe muito Amor. Isso sim, é o mais importante. O resto são pormenores da vida de cada um.
Para quem acompanha o meu dia-a-dia aqui, é fácil perceber que, na minha casa, moro eu, a Caetana e a Sunny. E, depois, há pessoas próximas - família e amigos - que têm presença assídua, que ajudam, participam, colaboram, visitam, mimam.
Um título - ou chavão - não revela nada sobre a vida de ninguém. Existem muitas mães que têm companhia, mas sentem-se sós. E outras que vivem só com os filhos e sentem-se acompanhadas. Ou um bocadinho de cada coisa, dependendo do dia, do estado de espírito, da realidade de cada um. Não julguemos os livros pelas capas. As histórias escrevem-se todos os dias, palavra a palavra, linha a linha, capítulo a capítulo. Na vida, não existem os príncipes e princesas dos contos de fadas. E não há ilusão maior do que o “viveram felizes para sempre”. Mas existirão sempre histórias bonitas para contar e a capacidade mágica que a vida tem de nos surpreender.
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