NÃO imaginem um elefante cor-de-rosa, com umas orelhas enormes, a voar à vossa frente! Aposto que viram logo o elefante! 😆Ou, pelo menos, a maioria imaginou. Sabem porque é que isto acontece? Porque o nosso cérebro e o sistema nervoso central não estão programados para entender o “não”. O “não” é um conceito abstrato que aprendemos com a educação, a socialização, no trabalho. Ora, pensem na seguinte situação: Duas amigas estão a conversar e uma diz:Não olhes agora, mas vem aí o/a…Qual é a reação mais imediata? Olhar! Porque é instintiva. Mesmo que a outra pessoa tenha dito “não olhes”. Já vos aconteceu, certo?
Isto é especialmente importante na forma como falamos com as crianças. Um cérebro só está completamente desenvolvido depois dos 20 anos. Portanto, um bebé ou criança não tem o mesmo desenvolvimento cognitivo que um adulto. Então, se o cérebro de adulto tem alguma dificuldade em entender o “não”, muito mais tem o de uma criança. Obviamente, com isto, não estou a defender que devemos dizer sempre “sim” às nossas crianças e permitir tudo. Mas há outras formas de dizer. O objetivo é dizer aquilo que pretendemos que façam em vez de aquilo que não queremos. Alguns exemplos de coisas que dizemos que podemos substituir por outras com o mesmo significado:Em vez de “Não grites!”, “Fala baixo”“Não corras!” - “Anda devagar”“Não te ponhas de pé em cima do sofá” - “O sofá é para sentar”“Não saltes em cima da cama” - “Saltar é no chão. A cama é para dormir”“Não vás para a estrada!” - “Pára”“Não risques as paredes” - “Riscar é no papel”“Não ponhas aí a mão” - “Tira daí a mão sff”“Não batas” - “As mãos servem para fazer festinhas”Se é fácil? Não! Nada mesmo! Sai-me, muitas vezes, o “não” para a Caetana, sobretudo em situações de perigo aparente ou se estou com menos paciência. O que procuro fazer é corrigir logo de seguida e, aos poucos, ir mudando a minha forma de falar com ela. E aí em casa, dizem muitas vezes não? Esta abordagem faz sentido para vocês? Já experimentaram?
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