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Foto do escritorMarta Rangel

O que não dizer a uma grávida

Estou grávida de 33 semanas (quase 34) e espero continuar a estar até às 40 semanas ou bem perto disso. Não tenho qualquer pressa de conhecer a minha filha Caetana. Espero - e desejo - que ela nasça no tempo dela, suficientemente crescida, com o peso e tamanho certos e preparada para (começar a) enfrentar este mundo meio louco com que agora nos confrontamos.

Por isso, para os/as seguidores/as mais distraídos ou menos sensíveis, gostaria de deixar algumas sugestões sobre o que NÃO dizer a uma grávida:


- não se precipitem a fazer comentários numa fotografia sem ter lido o post. Podem muito bem estar a tirar conclusões precipitadas e/ou mal informadas (já perdi a conta a quantas vezes me deram os parabéns e desejaram felicidades quando partilhei a fotografia de um parto tirada por uma amiga doula, cujo material fotográfico foi roubado, e escrevi logo na primeira linha que não era eu nem a Caetana. Enfim...)

- comentários como "esse bebé vai ser muito pequeno" ou "muito grande"

- fazer comparações sobre o tamanho da barriga, das mamas, do peso (a mais ou a menos), das estrias, etc

- dizerem coisas como "no meu tempo, fiz assim e correu bem" ou "eu já tive filhos, eu sei" ou "li num livro, consultei na internet, portanto sei". Não. Quem sabe é a mãe e o pai.

- afirmações baseadas em crenças ou superstições como "não montes o berço antes dela nascer porque dá azar" ou "não estendas a roupa à luz da Lua antes dela ser baptizada"

- mitos como "não comas canela porque é abortiva" ou "não pintes o cabelo ou as unhas porque faz mal ao bebé"

- perguntas inconvenientes às quais a futura mãe já disse que não vai responder

- histórias sobre partos que correram mal ou experiências negativas e/ou traumáticas

- vaticinarem coisas como "nunca mais vais ter vida pessoal" ou "ter um bebé é muito difícil"

- fazerem juízos de valor sobre decisões que são só e apenas da mãe (ou dos pais) como amamentar, pôr numa creche, etc


E, já agora, acrescento: se têm dúvidas sobre se uma mulher está ou não grávida, pura e simplesmente, não perguntem. Imaginem que está a tentar e não consegue, ou gostaria de ser mãe, mas, por qualquer motivo, não tem essa possibilidade ou - pior - passou por um aborto e ainda não recuperou completamente.


Sei que as redes sociais trazem o fenómeno - ao mesmo tempo positivo e negativo - de todos termos opinião sobre aquilo que quisermos e podermos expressá-la livremente. Eu acredito, profundamente, que a nossa liberdade termina quando começa a do outro. E também defendo que, antes de comentar, devemos ponderar: 1) se é mesmo necessário, 2) se é útil, se acrescenta alguma coisa, 3) se é gentil. Não pretendo ser exemplo para ninguém, mas, por norma, se tiver algo de agradável para dizer, comento. Senão, fico quieta. As críticas construtivas podem, obviamente, ser feitas. E são, muitas vezes, úteis e válidas. Mas muitas outras são, apenas, o reflexo de uma qualquer necessidade nossa, de uma frustração, uma angústia, um estado de espírito mais ou menos mal resolvido. Por isso, que tal... pensar antes de escrever e pôr mais amor naquilo que escrevemos? <3

Felizmente, tenho uma maioria de pessoas desse lado que me acarinha (e são cada vez mais, obrigada!). Os restantes são uma minoria... mas, às vezes, o que dizem faz-me contar até 10 ;)

E a vocês, mamãs, o que é que vos têm dito que dispensavam? ;)

 

Esta sessão fotográfica foi realizada em Março de 2021 pela minha amiga e consultora digital Ana Ferreira da Owl Consultoria Digital O cabelo e a maquilhagem são da autoria da @makebeauty.by.lara powered by Vanytime. Estou grávida de 33 semanas <3

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