Não há nada que assuste mais do que um inimigo invisível. Não o vemos, não sabemos onde está, não sabemos se ou quando vamos ser infectados. É natural ter medo, por nós, pelos nossos. É urgente e, no mínimo, ética e moralmente obrigatório redobrar os cuidados. Prevenção, sim. Alarmismo, não. O medo é natural, o pânico contagia. Se alguém disparar uma arma numa sala cheia, morrem mais pessoas, que se atropelam a fugir, do que com o tiro.
Por isso, antes de acusarmos os outros de irresponsáveis, talvez devêssemos olhar primeiro para o nosso próprio comportamento. Antes de divulgarmos uma informação, opinião, estado de alma, talvez devêssemos informar-nos junto das fontes oficiais. A DGS e o Ministério da Saúde podem não saber tudo - porque se trata ainda de um vírus pouco conhecido - mas sabem, certamente, mais do que nós. Antes de reenviarmos uma mensagem ou email cuja origem desconhecemos, talvez devêssemos questionar se realmente acrescentamos alguma coisa boa com isso. A responsabilidade está em primeiro lugar. Mas todos nós podemos cometer imprudências, sem querer. Porque saímos de casa para ir ao supermercado, para deitar o lixo fora, para passear o cão. Porque vai ser impossível ficarmos todos fechados em casa, o tempo todo. Mas, se todos tivermos cuidado, seja onde for, por onde quer que andemos, talvez estas imprudências não tenham consequências. Este é o tempo da entreajuda e da solidariedade. Da empatia e da compreensão. Não é o tempo de apontar o dedo, da crítica gratuita, dos aproveitamentos e oportunismos. O medo desperta o instinto de sobrevivência. E desperta também os populismos e as demagogias, os Trumps e os Bolsonaros. • • Esta fotografia foi tirada a 21 Fevereiro pela @owlconsultoriadigital1 #martarangel #comunicadora #jornalista #comunicar #comunicarporpaixao#prevenção #coronavirus #covid #covid_19 #alarmismonao
Comments