“Todos os atrasos são em meu benefício” - digo esta frase, muitas vezes, para mim própria, como uma espécie de mantra. Não falo dos atrasos que são da nossa responsabilidade, mas daqueles imprevistos que nos acontecem e dos quais, quase sempre, reclamamos: um despertador que não toca; sair de casa e ter que voltar atrás porque nos esquecemos de algo importante; mais trânsito do que previmos a uma determinada hora; o carro que não “pega”, etc, etc.
Hoje foi assim. De manhã, a Caetana não queria mudar a fralda, não queria vestir-se, comer… nada. O que fez com que saíssemos de casa mais tarde do que o habitual. Quando estou a sair, reparo que me esqueci da mochila dela - e volto atrás. Ao chegar à creche, ela estava bastante chorosa, o que fez com que eu ficasse um pouco mais até ela acalmar. À saída, caiu uma chuvada, com granizo, e eu decidi esperar um pouco.
Quando já estou no carro, a caminho de casa, vem uma carrinha em sentido contrário, a fazer uma ultrapassagem numa curva, mesmo na minha direção. Por alguns segundos, não me bateu de frente. E se eu não me tivesse atrasado? E se alguns dos contratempos não tivessem acontecido? Pois. É por isso que, no meio do stress causado pelos imprevistos, digo, para mim própria, que talvez haja alguma razão para acontecerem. Já alguma vez pensaram sobre isto?
Fotografia: Owl Consultoria Digital
Roupa: Coisa Nossa
Cinto: Beatriz Pacheco Brand
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