Tinha 5 ou 6 anos quando, num Natal, recebi, como prenda, um rádio colorido. Colorido e especial porque tinha um microfone. E foi logo ali que fiz as primeiras “entrevistas” - à família.  

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À medida que crescia, o sonho crescia comigo. Imaginava-me na “caixa mágica” e cheguei a temer que não fosse lugar para mim... Não podia estar mais enganada. Comecei em 1999 numa rádio regional e nunca mais parei. Fui “a miúda” de muitas redações. Cresci com os melhores: na TSF, na TVI, na SIC. Fiz histórias leves e “pesadas”. Senti que podia mudar um bocadinho o mundo. O mundo de alguém. 

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Diversifiquei a experiência: assuntos europeus, desporto, economia. Cruzei-me com o Tony Blair e o Kadhafi; coordenei uma final da Taça da Liga entre o Benfica e o Sporting; aprendi muito com a derrocada do BES. Fiz reportagem e directos, fui pivot e coordenadora. Recebi e dei formação. Passei pela assessoria, conheci outro mundo e conheci-me melhor. Pus o coração e boa vontade em tudo o que fiz. Pedi ajuda muitas vezes. Dei a mão outras tantas. Fiz grandes amigos. 

Descobri que há muitas Martas dentro da Marta. E que sou, acima de tudo, uma Comunicadora. De feitio e de profissão. Que põe amor em tudo o que faz. Que trabalha com paixão. E isso é muito. É tudo.