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  • Foto do escritorMarta Rangel

O dia em que descobri que estava grávida

Foi há exactamente 1 ano. Tinha o período atrasado cerca de 2 semanas e muitos enjoos. Mas estava longe de imaginar que pudesse estar grávida. Porquê? Porque, supostamente, não era possível.




Há 3 ou 4 anos, fiz análises para avaliar a minha reserva ovárica porque ponderava fazer a criopreservação dos óvulos (ou seja, guardar óvulos no “congelador” para utilizar mais tarde, quando quisesse engravidar). O resultado foi um balde de água fria: para a minha idade deveria ter um valor de 1. Mas tinha 0,02. Repeti a análise no ano passado e o resultado foi ainda pior. Nunca mais me esqueço: a 11 de Março, dia em que foi decretada, oficialmente, a pandemia pela OMS, a minha ginecologista disse-me que seria muito difícil engravidar. Não era impossível. Mas ia depender muito de vários factores como a fertilidade do pai, o momento da minha ovulação, várias tentativas, etc.

Portanto, achei que o atraso no período era normal devido à irregularidade dos meus ciclos e que as náuseas eram sintoma de ansiedade por estar com menos trabalho devido à Covid. Como valorizo tanto a saúde física como a mental/emocional, marquei consulta com uma psicóloga (e gostei tanto que nunca mais larguei a @psicologa.anacorreia ). Até que a minha @larafonso me convenceu a fazer um teste de gravidez.


- Lara, para quê? Eu não estou grávida de certeza!

- Mas vais ver que fazes o teste, dá negativo, relaxas e aparece-te o período!

- Hum… Ok!


Ela foi à farmácia, comprou uma caixa com 2 testes, deu-me e seguiu para um compromisso. Faço um teste e, passados segundos, pumba! Pensei:


- Ah, não pode ser! Estou a ver mal de certeza!


Fui ler as instruções e não estava a ver mal. Ligo à Lara, já a chorar, enervada.


- Lara, deu positivo. Não estou a acreditar! E agora?

- Ai, f#d@-€&! Vou já para aí!



Entretanto, fiz o segundo teste: positivo outra vez. “Não pode ser”, continuava eu a pensar. “Supostamente, eu ia ter muitas dificuldades para engravidar!”. Resolvi enviar e-mail à minha Ginecologista a perguntar se os testes estariam errados. Resposta:


- Marta, não existem falsos positivos nos testes de gravidez. Venha cá amanhã.

Fui. E, quando ouvi o coração do bebé a bater, o meu mundo mudou. O que parecia difícil era agora possível. Aquilo de que eu, praticamente, já tinha desistido, era agora realidade. A vida tem o tempo dela. Talvez só nos dê quando estamos preparados. Talvez não dê outras coisas porque tem algo melhor reservado. Às vezes, é difícil confiar num tempo diferente do nosso. Às vezes, é difícil aceitar que os sonhos nem sempre se concretizam como (ou quando) idealizámos. Mas uma coisa é certa: sou grata pela Caetana todos os dias da minha vida ❤️




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